domingo, 25 de setembro de 2011

II CICLO DE ESTUDOS - Temática: Espaços formativos - Clairton Contreira

Colaborando com a reflexão anterior da Prof. Franciele, sobre: a relevância das experiências pessoais que antecedem o ingresso no ensino superior, no qual podem influenciar a compreensão do ser professor. Inicio a minha contribuição, em relação a este assunto, destacando Pimenta (1999), pois considera que os alunos ao ingressarem no ensino superior já possuem saberes sobre o que é ser professor. De maneira que seus saberes experiências, adquiridas através de diferentes professores em toda sua vida escolar, possibilitam indicar quais foram os bons ou maus profissionais, também permitem apontar aqueles que foram mais significativos em suas vidas.
            Podemos observar que em muitos casos a escolha pelo curso de Educação Física tem como motivação inicial as experiências adquiridas tanto dentro quanto fora da escola. Em pesquisa realizada por Krug (2010), onde analisou a relação entre o percurso da vida escolar básica e a escolha profissional dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física do Centro de Educação Física e Desportos (CEFD/UFSM), constatou que o percurso dos alunos na educação básica é marcado pela prática de esportes nas aulas de Educação Física, despertando o gosto pelos esportes e que isto influenciou consideravelmente a escolha da Licenciatura em Educação Física como profissão. Dezenove dos vinte e quatro acadêmicos estudados apresentaram esta relação.
            Percebendo esta realidade, que não é um caso específico do Brasil, autores como (ABRAHAM, 2000, NÓVOA,1992, ISAIA, 2009) consideram a relação pessoal e profissional ligadas intimamente; elas influenciam o modo com que os professores organizam e projetam as suas carreiras profissionais. Segundo Isaia (2009, p.97) “a trajetória, seja pessoal, seja profissional – envolve uma multiplicidade de gerações que não só se sucedem, mas se entrelaçam em um mesmo percurso histórico”. Sendo assim, inerente a este processo, a construção da identidade profissional também se desenvolve dentro deste movimento, entre outros mecanismos, podemos inferir que é formada através da reflexão pessoal das experiências e saberes sobre as atividades referentes à profissão.
            Para finalizar a minha reflexão, mas sem a intenção de esgotar o assunto. Penso que em nossa trajetória pessoal e profissional adquirimos saberes/conhecimentos que vão nos constituir como pessoa e os saberes experiências fazem parte daquilo que nos tornamos e refletem aquilo que almejamos para nossa vida. Sendo assim, deixo as seguintes provocações: como não levarmos em consideração estas experiências dentro de um espaço formativo de ensino superior? Como podemos aproveitar estas experiências para potencializar o aprendizado?   


REFERÊNCIAS

ABRAHAM, A. El universo profesional del enseñante: um labirinto bíen oganizado. In: ABRAHAM, A. (Org.) El enseñante es tambén una persona: conflictos y tensiones em el trabajo docente. Barcelona: Gedisa, 2000.

ISAIA, S. M. A. Na tessitura da trajetória profissional: a construção do professor no ensino superior. In: ISAIA, S. M. A (Org.) Pedagogia universitária: tecendo redes sobre a educação superior. Ufsm: Santa Maria, p. 95-106, 2009. 

KRUG, H. N. O percurso da vida escolar básica e a relação com a escolha profissional dos acadêmicos da Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal de Santa Maria. Lecturas, Educación Física y Deportes, Buenos Aires, n.141, 2010, Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd141/escolha-profissional-em-educacao-fisica.htm. Acesso em: 22 de setembro de 2011.

NÓVOA, A. Os professores e as histórias da sua vida. In: NÓVOA, A. (Org.) Vidas de professores. Porto: Porto, 1992.

PIMENTA, S.G. Formação de professores: Identidade e saberes da docência. In: PIMENTA, S.G. (Org.). Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo: Cortez, 1999.

Nenhum comentário:

Postar um comentário