terça-feira, 27 de setembro de 2011

II CICLO DE ESTUDOS - Temática: Espaços formativos - Franciele

Os destaques dos colegas neste Ciclo de Estudos vem fazendo com que muitos aspectos formativos que envolvem a profissão docente sejam repensados e revistos. Um deles diz respeito aos conceitos utilizados por mim, na Dissertação de Mestrado. Ao investigar os espaços de formação do Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal de Santa Maria, fundamentei-me no estudo da autora Maria Isabel da Cunha (2008) quando essa explicita o conceito de espaço formativo e apresenta outros dois, que representam uma certa evolução em relação ao primeiro.
Ao se preocupar em identificar o significado de alguns conceitos que muitas vezes são utilizados como sinônimos, Cunha (2008) contribui com o campo da formação docente, quando desenvolve a discussão em torno do significado de espaço, lugar e território neste contexto peculiar. A autora define tais conceitos a partir da relação estabelecida desses com os envolvidos no processo formativo. Através desta relação, os espaços poderão transformar-se em lugares e esses em territórios. Tal transformação depende de alguns fatores, logo apresentados.
Os espaços constituem-se a partir de determinado contexto de formação, no momento em que a perspectiva formativa esteja sendo trabalhada. Pode ser considerado um espaço de formação, o contexto da sala de aula, no qual professor e alunos estejam construindo ou discutindo algum tipo de conhecimento, independente se está ou não ocorrendo aprendizagem de ambos.
Em relação aos lugares, eles são “espaços evoluídos”, pois se constituem como tal “na medida em que os interlocutores os nomearem e expressarem os significados da experiência de for­mação que vivenciaram, nos espaços mencionados” (Ibid., p.186). Portanto, para que os espaços se constituam em lugares é necessária a legitimidade da proposta formativa pelos seus participantes, sendo esta percebida com o reconhecimento de sua validade e pertinência.
Por fim, os territórios constituem-se como “lugares evoluídos”, sendo percebidos através de “indicadores que incluem o aporte legal e institucional que sustenta as propostas e os programas de forma­ção. Decorre, também, do tempo de ocupação, que revela a intensidade da sua institucionalização e o reco­nhecimento de seus efeitos pelos beneficiários das ações formativas” (Ibid., p.186).
         Portanto, o questionamento feito por Cassiano: Será que o mesmo espaço que considero formativo é formativo para outra pessoa também? Pode ser respondido com os pressupostos apresentados por Cunha (2008), ou seja, se um determinado espaço é formativo e significativo para mim, ele será um lugar de formação, mesmo que para um grupo pequeno ou uma única pessoa. Entretanto, a transformação deste lugar em território já demanda outros elementos, que muitas vezes escapam as ações de seus participantes, mas não os excluem de tal conquista.
         Outro ponto relevante exposto por Cassiano, que considero fundamental de ser destacado refere-se à constatação de que seu texto não possui fundamentação, fato no qual não concordo. Primeiro, porque ele apresenta referencias teóricos para pensar o processo de formação e, segundo, porque muitas vezes não precisamos utilizar autores SEMPRE que quisermos comunicar algo, expressar nossas opiniões, enfim, dizer o que pensamos sobre determinado assunto. Certamente, não podemos recair no outro extremo de não nos fundamentar em nenhum referencial para escrevermos nossas monografias, dissertações, teses, relatórios de pesquisa, artigos científicos. O ideal é equilibrarmos nossa escrita, com nossas compreensões e as devidas e necessárias citações. Duas leituras que podem ajudar neste processo de escrita são: “Escrita acadêmica: arte de assinar o que se lê” (FISCHER, 2005) e “Argumentação, Estilo, Composição: introdução à escrita acadêmica” (SILVA, 2006), ambos com referência completa a seguir.

REFERÊNCIA


FISCHER, R.M.B. Escrita acadêmica: arte de assinar o que se lê. In: COSTA, Marisa Vorraber; BUJES, Maria Isabel. Caminhos investigativos III: riscos e possibilidades de pesquisar nas fronteiras. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Argumentação, Estilo, Composição: introdução à escrita acadêmica. Porto Alegre: UFRGS/PPGE-Programa de Pós-Graduação em Eduação, 2006.

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