De início, parabenizo a todos que de alguma forma contribuíram com suas opiniões e com esse espaço formativo que o grupo está propiciando.
Tentarei não me estender muito e não fugir da temática, fazendo algumas considerações a partir do que a Professora Franciele, abordou em seu artigo “OS NOVOS, VELHOS OU ESQUECIDOS ESPAÇOS DE FORMAÇÃO DOCENTE”.
Inicio minhas ponderações ressaltando que as pesquisas sobre formação de professores com ênfase na prática docente, no sentido de compreendê-la numa perspectiva articulada entre teoria-prática, datam dos anos 90. E essa prática docente conforme Sacristán (1999, p. 46) de que a mudança na prática docente não ocorre em si mesma, mas está mediada por outros fatores éticos (normas sociais, controles de conduta, etc.) tornando-se relevante compreender a sociedade como um todo e valorizar o trabalho coletivo.
E é nesse sentido que a prática docente dos professores é um conjunto de saberes que vão além dos conhecimentos específicos dos cursos de formação de professores. Conforme as contribuições de Pimenta (2006) é possível destacar que a profissão docente é uma das atividades de ensino e formação ligadas à prática educativa mais ampla que ocorre na sociedade. Para o autor supracitado, apreender na cotidianidade a atividade docente supõe não perder de vista a totalidade social, pois a escola é parte constitutiva da práxis social e representa, no seu dia-a-dia, as contradições da sociedade na qual se localiza.
Assim, embora a universidade se constitua no principal espaço formativo para profissionais de diferentes áreas, destacamos pelo menos um aspecto no qual tem se mostrado ineficaz: a formação de professores para atuar nas diferentes etapas e modalidades da educação, principalmente na educação profissionalizante, além dos cursos de graduação.
As colocações de Teixeira (2009) são elucidativas neste sentido a formação de grande parte dos docentes universitários não contempla questões relacionadas ao exercício da profissão docente, por outro será fundamental criar nas universidades espaços para discussão e reflexão a respeito da docência e dos desafios enfrentados no exercício dessa profissão.
Assim, todos esses espaços formativos de alguma forma contribuem significativamente para a construção da identidade profissional e principalmente na (re) construção de saberes experienciais.
Para finalizar deixo a seguinte questão: será que as reuniões pedagógicas nas escolas são espaços formativos ou apenas meras reuniões para debater assuntos burocráticos da escola?
Referências Bibliográficas
PIMENTA, S. G. Pesquisa e formação de professores: contextualização histórica e epistemológica de um projeto integrado. In: GUIMARÃES, V. S. (Org.). Formar para o mercado ou para a autonomia? Campinas (SP): Papirus, 2006. p. 67-88.
SACRISTÁN, J. G. Poderes instáveis em educação. Tradução. Beatriz Afonso Neves.Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
TEIXEIRA, G.F.M. Docência: uma construção a partir de múltiplos condicionantes. Boletim Técnico Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 35, n.1, jan./abr. 2009.
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