segunda-feira, 2 de abril de 2012

A QUESTÃO DO GÊNERO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Hugo Norberto Krug

Considerações iniciais a respeito da questão do gênero na Educação Física Escolar
        A Educação Física enquanto disciplina escolar, dentro de uma concepção progressista e respaldada pela cultura corporal de movimento, pode ser agente de valores e conceitos relacionados à questão do gênero (masculino/feminino) e suas relações sociais.
        Grossi (1992) coloca que em antropologia, quando falamos em gênero estamos falando da construção cultural e simbólica das relações homem/mulher, isto é, seres humanos que trabalham para construírem a realidade que os cerca, ou a cultura particular de cada sociedade. Esta realidade ou cultura é que determina ou define o gênero.
        Ainda segundo a autora falar em gênero é pensar, não em homem e mulher biologicamente diferenciados, mas em masculino e feminino como constituídos a partir de relações sociais fundadas nas diferenças entre os sexos.
        Compreendendo a questão do gênero contextualizado com a Educação Física Escolar, notamos que muitos professores trabalham com turmas separadas por sexos. Acreditamos que esta divisão se apóia nos princípios do esporte institucionalizado, incorporado à prática da Educação Física Escolar e reproduzido sem reflexão por parte dos profissionais da área.
        Observamos que em muitas aulas de Educação Física na escola são trabalhadas ou desenvolvidas certas habilidades para os meninos e outras para as meninas, sob o respaldo de valores atribuídos pela sociedade que estimulam a separação entre os sexos.
        Para Abreu (1990) a escola também serve como aparelho encarregado de transmitir valores tradicionais na medida em que os mantém da forma em que estão. Para esta autora, na escola, não são questionadas as relações homem/mulher, não existindo interesse em mudar esta situação, alegando-se que os próprios alunos preferem aulas separadas por sexo. Porém, esta preferência não se dá por opção individual somente, pois os alunos estão impregnados de valores discriminatórios, vindo de condicionantes sociais.
        Entendemos que a separação de turmas por gênero nas aulas de Educação Física Escolar, tira-se a oportunidade para que os meninos e meninas compreendam juntos suas diferenças, seus papéis e seus valores, enquanto cidadãos.
        Apoiando-nos nas diferenças biológicas, a separação das turmas por sexo nas aulas de Educação Física, fere o princípio da não-exclusão, onde todos devem ter as mesmas oportunidades sem levar em conta as suas diferenças, pois não somos iguais em nossas habilidades, e saber trabalhar com as diferenças deve ser o grande desafio de nossa prática pedagógica.
        Se deixássemos de lado as diferenças biológicas existentes entre homem e mulher, macho e fêmea, acabaríamos esbarrando nas diferenças impostas pela sociedade ao longo de nossa existência, diferenças estas atreladas ao gênero.
        Historicamente a grande maioria das atividades esportivas, seja nas escolas ou fora delas, foram destinadas aos homens e, após anos de exclusão ou prática clandestina é que as mulheres passaram a praticar tais atividades.
        Outro fato observado é a prática pedagógica comprometida com a manutenção, dentro da escola, das diferenças impostas pela estrutura social vigente. Segundo Chagas e Rigo (1990) a naturalização da sociedade pelo positivismo e a matriz conceitual das demais naturalizações serve de anteparo para o controle do comportamento feminino na medida em que determina biologicamente as atitudes femininas e supõe a superioridade do sexo masculino sobre o feminino. Deste modo, um fato determinado por imposições culturais de uma sociedade ou cultura, adquire o aspecto de algo estabelecido pela natureza.
        Assim fundamentados nestas premissas citadas este ensaio teve como objetivo analisar a questão do gênero na Educação Física Escolar.

Gênero versus sexo: uma diferenciação necessária

        Segundo Cunha Júnior (1996) um dos primeiros passos na direção de uma melhor compreensão da categoria gênero é distingui-la do sexo.
        Mead (apud Grossi, 1992) destaca que não existem “atribuições naturais” ligadas ao sexo e sim “atribuições sociais”, as quais ela chamou de papéis sexuais. Admitindo-se que os papéis sexuais são atividades e valores ligados às pessoas do mesmo sexo em determinada realidade ou cultura e, admitindo-se também que estes papéis sexuais mudam de acordo com a realidade ou a cultura, pode-se afirmar então que o contexto estabelece o gênero e assim, entender a diferença entre este e o sexo biológico.
        De acordo com Ann Oakley (apud Faria Júnior, 1995) sexo é a condição biológica de ser fêmea ou macho, e, gênero são os processos sociais, culturais e psicológicos que constroem e/ou reproduzem a feminilidade e a masculinidade.
        O gênero é um produto social, aprendido, representado, institucionalizado e transmitido ao longo das gerações (Sorj, 1992).
        Para Faria Júnior (1995) a distinção entre gênero e sexo é fundamental para a Educação Física, já que muitas divisões e diferenças entre homens e mulheres são comumente consideradas como resultado do dimorfismo sexual. Assim, a conscientização de que muitas diferenças observadas devem-se a uma construção social de gênero e não as diferenças de natureza biológica, permitirá uma compreensão mais criticamente adequada das desigualdades no desporto e na Educação Física, levando o debate para a questão das estruturas de poder na sociedade.
        Coloca que, desde o início da década de 80, o modelo de Educação Física brasileira é extremamente injusto sob à ótica do direito de igualdade de oportunidades, uma vez que inúmeros segmentos da população (mulheres, idosos, negros, adultos trabalhadores, pessoas com necessidades especiais) a ela não tem acesso, encontrando-se por isso marginalizados.
        Neste sentido, de acordo com Cunha Júnior (1996), a categoria gênero torna-se muito importante para a Educação Física brasileira, uma vez que ela envolve uma noção de que o poder é distribuído de maneira desigual entre os sexos, cabendo às mulheres uma posição subalterna na organização social.

A escola, a Educação e a produção dos gêneros

        Louro (1995) afirma que a Educação, através do espaço escolar, sempre atuou produzindo sujeitos masculinos e femininos. Salienta ainda que a escola, enquanto instituição de Educação sistemática e intencional foi desde sua criação um espaço planejado para imprimir distinções e desigualdades, como por exemplo, o caso da separação entre meninos e meninas.
        Ressalta que são evidentes as distinções e desigualdades que neste espaço eram feitas: meninos e meninas estudavam em colégios separados, tinham professores(as) de acordo com o seu gênero e aprendiam conteúdos diferentes. Com o advento da introdução da co-educação em muitos países, ainda no século passado, professores(as) não foram mais determinados(as) para as turmas de acordo com seu gênero e foi realizada a unificação dos programas e conteúdos escolares. No entanto (apesar destes fatos), a escola continua reproduzindo as diferenças e as desigualdades sociais. É possível afirmar que não são as diferenças biológicas, mas os “papéis sexuais” atribuídos pela sociedade, que estimulam a separação entre meninos e meninas. Negrine (1994), afirma isto quando diz que falar do jogo de meninos e meninas é entrar na discussão do conteúdo do jogo e, de certa forma, dos papéis sociais que cada um dos sexos representa em determinados contextos sócio-culturais.
        Segundo Azevedo (1996) a escola reproduz e ratifica as desigualdades sociais, reforçando, muitas vezes, preconceitos e esteriótipos (quer sejam de gênero, etnia, opção sexual, opção religiosa e até mesmo política). E que essas práticas contribuem cabalmente para a manutenção das estruturas sócio-econômicas e políticas vigentes. Entretanto, este autor não descarta que a escola pode vir a exercer uma influência positiva no sentido de uma sociedade mais justa, mas reconhece que esta possibilidade ainda é tênue.

Educação Física sexista e reprodutora de desigualdades entre os sexos

        Segundo Ramos (1996) a Educação Física, como disciplina integrante do currículo de nossas escolas, parte de pressupostos que integram objetivos para a formação de cidadãos. Não estamos afastados da proposição cultural que cerca a elaboração curricular adequadas a propósitos socialmente aceitos.
        Para Chagas e Rigo (1990) dois aspectos influem nos currículos de Educação Física, o belo e o biológico. Estes fatores estão ligados a uma visão fragmentada do corpo e são discriminatórios em relação aos papéis sexuais. Segundo os mesmos autores, embasada na biologia, a Educação Física discrimina os sexos propondo conteúdos e objetivos diferentes em função das diferenças biofisiológicas.
        Ramos (1996) lembra que, ao lidarmos com nossos alunos, além de encaixarmos nossos ensinamentos nas normas reguladoras do Estado, reproduzimos as normas culturais que permeiam a nossa sociedade. Nesse sentido, reproduzimos também as desigualdades que, historicamente, sutil, ou forçosamente demonstradas, separam por sexo e classes sociais, as possibilidades dos indivíduos, aos quais ensinamos, a inserção no mercado competitivo da sociedade capitalista na qual vivemos.
        Sobre esta questão Chagas e Rigo (1990), colocam que os modelos de corpo não são estáticos, acabados e universais. O capitalismo está constantemente forjando novos padrões de corpo que atendam as esferas de produção e do consumo. Quer dizer, os padrões de corpo, que de certo modo influenciam os conteúdos da Educação Física visualizados na prática de atividades físicas, são determinados histórica e socialmente pelas necessidades de mão-de-obra e consumo dos meios de produção.
        Ramos (1996) também salienta que os papéis desempenhados na sociedade obedecem a diferenciações, culturalmente reproduzidas, de acordo com o sexo do indivíduo. Conforme Goellner (1999) masculino e feminino constatam hábitos, atitudes e formas de ser pouco maleáveis e que poucas intersecções permitem entre si. Geralmente, polarizadas por um olhar dicotômico, masculinidade e feminilidade, além de opostas são vistas como divergentes, pois para cada lado dessa construção, são conferidos atributos e qualidades que exprimem mais diferenças do que similitudes e complementaridade; homem/mulher, masculino/feminino, vício/virtude, potência/fragilidade, virilidade/fecundidade, produção/reprodução, público/privado, cultura/natureza.
Ramos (1996) diz que, quando, em nossas aulas, definimos os critérios que utilizamos para o ato de ensinar, usamos fazê-los munidos de pré-conceitos sobre as possibilidades para atividades físicas de cada sexo. Usualmente, nas aulas de Educação Física, os meninos exercem atividades onde são pedidos movimentos amplos, como futebol, por exemplo. Às meninas, no entanto, são determinados os movimentos mais restritos, por exemplo, a brincadeira de pular elástico ou de casinha. Mas, que princípio leva a maioria dos professores de Educação Física a elaborar aulas limitando atividades, aos sexos, e não às escolhas dos alunos? Esta atitude serve à reprodução de desigualdades superestruturais, ou seja, ideologicamente determinadas, fruto de nossa cultura de padrão patriarcal. É o modelo, ainda, da casa-grande do engenho, com seu senhor e sua família ampliada pelos escravos e clientes. Nessa situação o homem é o senhor e, a mulher, a ele está submetida. Uma Educação Física que distingue atividades masculinas e femininas sob a ótica da limitação, principalmente das competências da mulher, é uma Educação que perpetua a desigualdade e não permite a libertação qua a atividade educacional deve empreender.
        O mesmo autor salienta ainda que os papéis sexuais que, culturalmente, cabem a cada sexo, são, em nossa sociedade, determinados ainda sob rigidez. Se a menina ou menino deles destoam são punidos tanto pela família quanto pela escola. E, infelizmente, nós, professores, de forma costumeira produzimos esta punição ao reforçarmos, através de atividades diferenciadas, cujo critério é o valor social, as desigualdades entre os sexos.
        Presos a identidade do sexo, os termos masculino e feminino, afirmam um mundo de homens e um mundo de mulheres que, apesar de coexistirem, pouco diálogo estabelecem entre si e cujos traços característicos são nítidos e facilmente aprendidos (GOELLNER, 1999).
        O corpo, trabalhado nas aulas de Educação Física, é preparado para exercer as atividades culturalmente determinadas para os sexos. A família, por um lado, a escola, por outro, reproduzem as desigualdades. Ambas instituições costumam reforçar esteriótipos diferenciados de comportamentos sexuais. No caso da Educação Física, as atividades são diferenciadas de acordo com o sexo do aluno. O tratamento diferenciado leva a um desempenho motor diferenciado. Enquanto o menino tem maior possibilidade de ampliar suas experiências motoras, através dos movimentos amplos, as meninas, mais contidas, são educadas com vistas a cumprirem seu papel social, o da submissão (RAMOS, 1996).
        Ainda segundo o autor, o ensino da Educação Física, que reproduz o modelo, cujo único critério é a tradição histórica e cultural dos papéis dos sexos, cai no risco de promover a desigualdade e criar barreiras à criatividade e ao desenvolvimento de competências individuais que, de forma nenhuma, estão sexualmente pré-determinadas. Cabe, a nós, percebermos que as diferenças sexuais não devem ser limitações ao crescimento do aluno em suas atividades físicas e cognitivas. Deve-se levar em consideração que, se o fator biológico tem certa importância, ele não é o responsável pelos papéis que a mulher e o homem exercem na sociedade. Existem diferenças biológicas entre os sexos, mas estas diferenças não devem provocar a desigualdade nas conquistas de oportunidades oferecidas pelo mercado de trabalho ou de realização profissional. Uma Educação Física voltada para o gênero e para os anseios dos alunos, preocupada em buscar nestes, suas possibilidades, sem que isso signifique limitações, traz respostas mais amplas para o enfrentamento da divisão sexual do trabalho ainda imposta pela nossa sociedade com ranço patriarcal.

Orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais sobre a questão do gênero

        Os PCNs (BRASIL, 1997) em nossa opinião, com sua orientação para uma Educação Física Escolar mista, são uma tentativa de colaborar para a construção de uma pedagogia e de uma escola que não produza e/ou reproduza as desigualdades baseadas no critério sexual, enfim, na construção de uma pedagogia/escola não-sexista.
        Dentro do que se propõe nos PCNs (BRASIL, 1997) a Educação Física é uma área do conhecimento que introduz e integra os alunos na cultura corporal do movimento, com finalidade de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções, de manutenção e melhoria da saúde. Por isso, deve-se romper com o tratamento tradicional dos conteúdos que favorece os alunos que já tem aptidões, adotando como eixo estrutural da ação pedagógica o princípio de inclusão, dando oportunidades a todos os alunos para que desenvolvam suas potencialidades de forma democrática e não seletiva, visando seu aprimoramento como seres humanos.
Segundo os PCNs (BRASIL, 1997) é preciso questionar a posição que está reservada aos jovens na escola, nos grupos comunitários, na Nação.
        Diante disso, existe na sociedade uma expectativa para que a Educação se posicione na linha de frente na luta contra as exclusões, contribuindo para a promoção e integração de todos, voltando-se à construção da cidadania, não como meta a ser atingida no futuro, mas como uma prática efetiva.
        Em relação à questão do gênero, as aulas mistas de Educação Física podem dar oportunidade para que meninos e meninas convivam, observem-se, descubram-se e possam aprender a ser tolerantes, a não discriminar e a compreender as diferenças, de forma a não reproduzir estereotipadamente relações sociais autoritárias.
        No que diz respeito às diferenças entre as competências de meninos e meninas deve-se ter cuidado especial. Muitas dessas diferenças são determinadas social e culturalmente e vão além das vivências anteriores de cada aluno, de preconceitos e comportamentos estereotipados. Habilidades com a bola são mais vivenciadas pelos meninos, assim como as meninas acabam aperfeiçoando outras habilidades como pular elástico.
        O fundamental é que existe um estilo diferenciado entre meninos e meninas, como também existe entre diferentes pessoas de praticar uma mesma atividade lúdica ou expressiva. São modos diferentes de ser e atuar que devem se completar e se enriquecer mutuamente, ao invés de entrar em conflitos pautados em estereótipos e preconceitos. Intervenções didáticas podem proporcionar a troca de papéis, como meninos apitando um jogo de futebol de meninas, por exemplo.

Considerações finais a respeito da questão do gênero na Educação Física Escolar
        Após a explanação do tema, ficou notável que não se pode falar de inferioridade ou superioridade de um ou outro sexo, mas apenas de diferenças específicas em aptidões ou personalidades entre eles. Estas diferenças são em grande parte, resultado de fatores culturais e de experiências, embora certas diferenças físicas entre os sexos influenciem, sem dúvida, o desenvolvimento do comportamento, diretamente ou através de seus efeitos.
        Na nossa cultura, igualmente na maioria delas, a socialização das crianças ocorre de modo a estimular os meninos a praticarem atividades físicas mais vigorosas, a mostrarem comportamentos agressivos, enquanto que as meninas são encorajadas a desenvolverem o afeto, a obediência e a praticarem atividades físicas mais pacíficas.
        Essa grande influência do fator cultural na diferenciação das atividades masculinas e femininas, principalmente na Educação Física, é constatada na literatura especializada (PERIM et al., 2000a; PERIM et al., 2000b; BACCIN et al., 2001). Os autores chamam à atenção para a necessidade de reflexão dos professores de Educação Física, quanto ao tratamento exarcebado, dado ao esporte competitivo nas aulas de Educação Física, pois isto, é um dos fatores que contribui para o reforço e manutenção da separação dos sexos.
        A escola através de atividades curriculares, mantém e reforça os esteriótipos sexuais e continua fazendo também por meio das atividades físicas, pois o planejamento curricular de Educação Física não é elaborado com previsão de atividades sem distinção de sexos.
        Segundo Miranda (1999) a proposta do Esporte Educacional, fundamentado nos seus princípios, em especial o da co-educação, encontra-se um instrumento de grande potencial, que como um leque, oferece diversas possibilidades para se realizar uma educação mista voltada para a formação da cidadania. Nesta proposta, tem-se a possibilidade da desvinculação definitiva, das competições exarcebadas nas escolas, favorecendo assim, a inclusão de todos os alunos, independentemente de sexo e de habilidade motora, nas atividades das aulas de Educação Física.
        Quanto à formação de turmas mistas, é importante enfatizar que o simples fato de unir meninos e meninas nas aulas de Educação Física não garante a obtenção positiva dos objetivos que a prática co-educativa proporciona.
        Neste sentido, convidamos os professores de Educação Física a fazer uma reflexão sobre as suas práticas educativas e recomendamos a proposta do Esporte Educacional como uma ação pedagógica, que tem nas possibilidades educativas do esporte uma perspectiva de formação que privilegia o aluno como cidadão crítico, participativo, emancipado e solidário.
        Para concluir, deixar uma citação que, possivelmente, servirá de base para reflexão:

É importante não homogeneizar a classe. As crianças são diferentes no início e serão diferentes no final do processo educativo. Não adianta querer transformá-las em iguais segundo padrões estabelecidos. Quem é igual não tem o que trocar, por isso, é necessário conservar-se diferente. As relações, os direitos, as oportunidades, é que tem de ser iguais, não os gestos, os comportamentos, os pensamentos, as opiniões (FREIRE, 1994, p.206).

        Desta forma, podemos considerar que a Educação Física sexista, limita as possibilidades dos alunos de ambos os sexos, pois atribui limitações baseadas em atribuições sexuais culturalmente determinadas e restringe as possibilidades de crescimento em base de igualdade de oportunidades.

Referências
Abreu, N.G. Meninos pra cá, meninas pra lá, 1990, Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro, 1990.

Azevedo, T.M.C. de . O controle do corpo na escola (algumas questões de gênero). In: Encontro Fluminense de Educação Física Escolar, I, Niterói, 1996. Anais, Niterói: Universidade Federal Fluminense, 1996. p.19-21.

Baccin, A.N.; Perim, M.F.; Krug, H.N. Educação Física e gênero: as relações de poder reproduzidas na escola. In: Congresso Internacional de Educação Física, Desporto e Recreação, 16, 2001, Foz do Iguaçu. Anais, Foz do Iguaçú: Fédération Internationale D`Éducation Physique, 2001. p.91-94.

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FREIRE, J.B. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da Educação Física. São Paulo: Scipione, 1994.

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RAMOS, J.R. da S. Educação Física - Construtora de diferenças e reprodutora de desigualdades. In: Encontro Fluminense de Educação Física Escolar, I, Niterói, 1996. Anais, Niterói: Universidade Federal Fluminense, 1996. p.10-13.

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