sexta-feira, 25 de novembro de 2011

II CICLO DE ESTUDOS – Educação Física Escolar – Leonardo

Parabéns a profª Marta pelo texto “Educação Física Escolar: caminhos e descaminhos que fazem parte do contexto”.

Refletir sobre práticas pedagógicas requer conhecimento da história da EF, sobremaneira das influências que os setores político e social impõem a Educação Física, como no período da Educação Física Higienista – em que médicos tinham como requisito ao concluir a graduação defender uma tese, geralmente enfocada na importância dos exercícios ginásticos na formação escolar –, a Ditadura Militar e o processo de redemocratização do país.

O prof. Valter Bracht, em palestra intitulada “A Educação Física no Brasil na primeira metade do século 21: balanço e perspectiva” proferida no I Seminário Internacional de Educação Física: Perspectivas do Mercosul, em 22/11, 15h45min, realizado na UFSM – Auditório Imembuí, enfatizou que na atualidade há três perspectivas para a Educação Física, as quais não representam novidade e reforçam os estudos da área: 1) Esportivização: atividades físico-esportivas e recreativas; 2) Saúde; e 3) Cultura Corporal de Movimento.

O discurso clássico da EF é a que, por meio das atividades físicas, promove a formação integral do ser humano, entretanto, na prática, é o desenvolvimento físico-motor ou da aptidão física “servindo de educação integral do ser humano” (BRACHT, 2007, p.43).

Ao concordar com Bracht (2007), é preciso compreender a tese da EF como conceito de cultura corporal de movimento. Salienta-se que a diferença que aqui se estabelece não é somente terminológica, pois o objeto da EF, na prática, é uma construção pedagógica. Nela, retira a prática pedagógica da EF do plano biológico ou psicológico experimental para o processo de sentido/significado do mover-se mediado simbolicamente com o plano da cultura.

Refletir dessa forma, por exemplo, não significa dizer que se está de encontro ao esporte escolar. Bracht (2007) ao citar Betti não propõe transformar a EF em discurso sobre a cultura corporal de movimento, mas em uma ação pedagógica com ela.

A partir do exposto, tento refletir sobre as possibilidades de construção da EF no campo teórico-metodológico da prática pedagógica. O interessante para isso é a inexistência de receita. Acredito que dessa forma, poderemos estar agindo como sujeitos, em parceria com os alunos, do processo de construção pedagógica da EF.

BRACHT, V. Educação Física & ciência: cenas de um casamento (in)feliz. 3.ed. Ijuí: Unijuí, 2007.

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