II CICLO DE ESTUDOS - Temática: Formação Continuada - Clairton
Lendo as postagens, diga-se de passagem, muito bem elaboradas pelos participantes do ciclo, percebe-se claramente que a formação continuada é um meio disponível ao o professor para se desenvolver profissionalmente. Infelizmente por diversos problemas que muitas vezes extrapolam a competência do professor, já mencionados anteriormente, ou por falta de empenho profissional, não é realizada.
Entretanto, quero refletir sobre um problema externo que tem grande impacto no trabalho docente, pois envolve falhas na estrutura de muitos cursos ditos de “formação continuada” oferecidos e incentivados por secretarias de educação das mais diferentes cidades. A meu ver, o grande problema está no objetivo funcionalista/instrumental voltados a atividades técnicas para a resolução de problemas específicos que o professor encontra em sala de aula, deixando de levar em consideração outros fenômenos para além da prática pedagógica que interferem tanto positivamente quanto negativamente na docência.
Como já foi citado em postagens anteriores, acho que os cursos deste tipo deveriam levar em consideração, se não todos, alguns eixos de atuação da formação continuada proposto por Imbernón (2009), são eles: 1) a reflexão prática teórica, 2) troca de experiências, 3) a união da formação a um projeto institucional, 4) formação como estímulo crítico, 5) desenvolvimento profissional da instituição formativa. Deste modo, os problemas que se encontram em uma micro-esfera (sala de aula) passam a ganhar proporções de macro-esfera (contexto escolar), favorecendo a compreensão do processo que desencadeia determinadas situações enfrentadas cotidianamente pelo professor.
Ainda com relação aos eixos supracitados, destaco dois componentes que entendo serem de fundamental importância na organização dos cursos de formação continuada: o primeiro eixo refere-se à reflexão prática teórica, tem como principal objetivo despertar no profissional a capacidade para compreender o contexto em que está fundamentado a sua prática pedagógica. Ou seja, nesta perspectiva a reflexão tem um papel de proporcionar o entrelaçamento de recursos técnicos com os saberes adquiridos ao longo da carreira profissional, possibilitando uma análise que venha contribuir de forma efetiva em suas intervenções.
Acredito que o quarto eixo formação como estímulo crítico, também é interessante, pois coloca em discussões algumas questões referentes a temas que excedem o espaço escolar, agregando assuntos que fazem parte de nossa sociedade, como por exemplo: atual globalização econômica, desesrutuação do trabalho, políticas educacionais e assim por diante, possibilitando a desconstrução da alienação imposta por nosso sistema político, social e econômico a estes trabalhadores.
Por fim, os cursos de formação continuada ao incluírem assuntos que abranjam os eixos proposto por Inbernón (2009), penso na qualificação do trabalho docente, pois o professor está compreendido como alguém em constante evolução e que entende a sua função dentro da sociedade.
Referência
IMBERNÓN, F. Una nueva formación permanente del profesorado para un nuevo desarrollo profesional y colectivo. In: Revista Brasileira de Formação de Professores – RBFP. Vol.1, n.1,p.31,42,Maio/2009.Disponívelem:http://www.facec.edu.br/seer/index.php/formacaodeprofessores/article/viewFile/18/62 . Acesso em: Outubro de 2011.
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