domingo, 23 de outubro de 2011

II CICLO DE ESTUDOS - Temática: Formação Continuada - Haury Temp

 Cumprimentos aos colegas e Professores. Minha contribuição com a referida temática parte inicialmente de um questionamento que acredito ser de fundamental importância. Vamos a ele. Por que há necessidade de uma formação continuada para os professores? Ser professor não consiste somente em levar à aula conteúdos que devem ser transferidos de forma unilateral professor – aluno. Ser professor é investigar e escolarizar-se continuamente, ser crítico, atuante e inserido dentro da sociedade com a incessante busca de transformá-la (CUNHA, 2000).
Atualmente, o professor precisa estar ciente das transformações que estão ocorrendo a nível de mundo social, cultural e educacional para assim, segundo Paulo Freire (1998, p. 34), poder agir e refletir os diferentes contextos aos quais está exposto, sendo um ser crítico diante da sociedade.
A aprendizagem docente implica em formação continuada, pois tê-las como princípio norteador do processo formativo, segundo Anastasiou e Alves (2003) pressupõe responsabilidade a ser construída de forma coletiva pelo professor e instituição.
Os educandos de hoje não querem frequentar uma escola que tem como interesse apenas ensinar conteúdo, esquecendo que estes alunos estão inseridos num contexto social que os fazem diferentes uns dos outros, ou seja, seres ímpares neste mundo.
Hoje aquele professor que ensina no modelo antiquado “professor fala e aluno escuta” não está cumprindo seu verdadeiro papel que é o de auxiliar na formação de indivíduos capazes de entender e lutar pela erradicação das diferenças sociais existentes.
Sabe-se que o professor tem papel fundamental na formação dos educandos sendo que estes passam muitos anos de sua vida convivendo com professores diferentes, com personalidades e atitudes particulares. Então é provável que um aluno conviva, durantes os anos escolares, apenas com professores apáticos frente à sociedade (educador este que aceita as desigualdades com fatalidades do fim do século) inevitavelmente terá esta mesma posição no futuro, pois nunca foi colocado frente a opiniões diversas, confrontantes sobre a realidade e assim, não formando a personalidade desejada: um cidadão capaz de agir e refletir na sociedade. Este contexto remete a um ciclo vicioso do professor formador despreparado- educando em formação despreparado.
Desta maneira o educador deve estar convicto da responsabilidade que o acompanha e lutar para que seus educandos recebam uma real noção da realidade onde estão imersos. Paulo Freire coloca que os seres humanos são inacabados por natureza necessitando estar em constante aprendizagem, visto que esta nunca é finita. Assim pode-se afirmar que na relação professor- aluno ambos desempenham os papéis de ensinar e aprender devido às trocas de opiniões, argumentos, experiências e conhecimentos que ocorrem diariamente na sala de aula.
Deve o professor, que conhece seu verdadeiro papel, cada vez mais levar seus alunos a estes diálogos, impulsionar discussões formando indivíduos preparados para dialogar sempre, pois os melhores professores são aqueles que se sentem lisonjeados com a participação de seus alunos.
É importante dentro desta relação que o educador seja o articulador destes diálogos organizando e promovendo discussões e não esquecendo, também, a noção de liberdade, pois mesmo o mais progressista dos educadores deve saber que até mesmo a liberdade não é totalmente livre.
Para Paulo Freire (1998, p. 55), o professor nunca está totalmente formado (inconclusão do ser humano), ele necessita estar aberto ao aprendizado contínuo, eterno, pois a cada passo vencido da aprendizagem se observa que existem muitos saberes a serem conquistados.
Para a formação de uma sociedade atuante e crítica as mudanças precisam começar pelos educadores, a nível escolar, pois este meio é o berço de formação dos cidadãos que fazem parte da sociedade social e cultural.
Então, é preciso se preocupar com a formação dos educadores para que no futuro se encontre educandos (de hoje) com capacidade para criticar e ensinar as novas gerações sobre a necessidade da incessante busca da compreensão da sociedade.
Espera-se que os educadores das gerações seguintes possam dizer que sua personalidade critica, reflexiva e justa é o reflexo do aprendizado ocorrido durante sua vida escolar na qual os verdadeiros mestres estavam sempre prontos para esclarecer dúvidas e aceitar a transformação do mundo.

 ANASTASIOU, L. das G. C.; ALVES, L. (org.) Processos de ensinagem n a universidade: pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. Joinvillle, SC: UNIVILLE, 2003.
CUNHA, M. I. Ensino como mediação da formação do professor universitário. In: MOROSINI, M. (org.) Professor do Ensino Superior: identidade, docência e formação. Brasília: INEP, 2000.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1998.

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