quarta-feira, 28 de setembro de 2011

II CICLO DE ESTUDOS - Temática: Espaços formativos - Cassiano

    Em minha primeira postagem neste Ciclo de Estudos venho por deixar implícito que algo não estava de acordo com aquela escrita inicial sobre não estar fundamentado. Esta foi propositalmente colocada para que houvesse algum choque de idéias e discussões. Em um primeiro momento de nossas reuniões já havia tomado conhecimento pela escrita realizada pela Prof. Franciele quando ela cita Cunha (2008) fundamentando os espaços formativos (espaço, lugar, território). Deixo esta lacuna esperando ser questionado por nossos integrantes através de alguma crítica ou constatação (o que me deixa feliz em ver que esta veio por acontecer pela Prof. Franciele).
    Mario Osório Marques (2001) fala da difícil tarefa do ato de escrever e principalmente de falar sobre o que pensa, pois ao ganhar o mundo letrado o que escrevi já não é mais somente meu, faz parte de outros espaços e é interpretado por outros sujeitos e de outras formas, de acordo com a experiência que cada um viveu.
    Pérez (2008) citando uma fala de Kant diz que “a menoridade do homem se resulta em sua incapacidade de fazer uso do seu próprio entendimento [...] sua menoridade se deve ao fato de ele não ousar pensar [...] ousando pensar ele escreve ou fala e tudo o que escreve está inteiramente ligado a sua formação”. Sendo assim, todas as falas descritas estão de certa forma ligada a conhecimentos adquiridos anteriormente (seja em casa, na escola, na universidade, através de leituras, palestras, troca com colegas entre outras...).
    Chego ao ponto relevante de minha fala anterior, considerando que todos os conhecimentos adquiridos anteriormente estão inteiramente ligados a minha formação, esta formação inteiramente ligada aos espaços por mim considerados formativos.
    Fundamentando esta fala e respondendo de certa forma o questionamento realizado pelo Prof. Hugo, Freire (1996, p.49-50) relata que “... no fundo, passa despercebido a nós que foi aprendendo socialmente que mulheres e homens, historicamente descobriram que é possível ensinar. Se estivesse claro para nós que foi aprendendo que percebemos ser possível ensinar, teríamos entendido com facilidade a importância das experiências informais nas ruas, nas praças, no trabalho, na sala de aula das escolas, nos pátios dos recreios, em que variados gestos dos alunos, de pessoal administrativo, de pessoal docente se cruzam cheios de significação. Há uma natureza testemunhal nos espaços tão lamentavelmente relegados das escolas”.
    Mas discutir estes espaços formativos em meio a nossa constante e complexa mudança sócio-culturais e econômicas requer certa sensibilidade e paciência, deixando o interlocutor dialogar com o outro e consigo mesmo. Por esta questão e tentando entender um pouco mais sobre estes "possíveis" espaços formativos, comentados pelo Prof. Hugo e a questão da reunião pedagógica comentada pela Prof. Fabiana, deixo estas no ar para futuras postagens.
    

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários á prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. p. 165

MARQUES, Mário O. Escrever é preciso: o princípio da pesquisa. 4 ed. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2001. p. 168.

PEREZ, D. O. Kant e o problema da significação. Curitiba: Editora Champagnat, 2008.

Nenhum comentário:

Postar um comentário