quarta-feira, 28 de setembro de 2011

II CICLO DE ESTUDOS - Temática: Espaços formativos - Hugo

     Quero aqui destacar que a leitura dos textos produzidos pelos participantes deste ciclo provocaram-me algumas inquietações, sendo que a mais recente delas foi decorrente do questionamento da Fabiana: Será que as reuniões pedagógicas nas escolas são espaços formativos ou apenas meras reuniões para debater assuntos burocráticos da escola?
     Este questionamento me leva a abordar, depois das colocações da Franciele a respeito de espaço formativo (espaço, lugar e território) ou melhor a tentar identificar os possíveis espaços formativos "disponíveis" para os futuros professores e ou já professores.
     Inicialmente podemos, de forma geral, identificar dois espaços formativos: a universidade e a escola.
    Tradicionalmente, a universidade é identificada como um espaço de formação docente, inclusive pelas prerrogativas legais. Mas, como bem colocou a Franciele, segundo Cunha (2008), mesmo a universidade sendo o espaço da formação não significa que, necessariamente, se constitua em um lugar onde ela aconteça. Para que o espaço se constitua em um lugar de formação precisa-se que a dimensão humana atue nele, isto é, quando atribuimos sentido aos espaços, ou seja, reconhecemos a sua legitimidade para localizar ações, expectativas, esperanças e possibilidades. Quando se diz "esse é o lugar de", extrapolamos a condição de espaço e atribuimos um sentido cultural, subjetivo e muito próprio ao exercício de tal localização. Minha gaveta de pertences é um espaço, porém, quando coloco minhas coisas e reconheço a propriedade dessa organização, defino um lugar. Os lugares possuem uma dimensão política e cultural, de forma que extrapolam a base física e espacial ao assumirem a condição humana, cultural e subjetiva. Entram em cena as representações dos sujeitos em relação aos lugares e o sentido que atribuem a estes. Assim, a autora diz que, podemos evidenciar dois elementos distintos relativos à formação docente: o espaço e o lugar de formação. No que se refere ao território, ele pode ser percebido através dos indicadores que incluem o aporte legal e institucional que sustenta as propostas e os programas de formação. Decorre, também, do tempo de ocupação, que revela a intensidade da sua institucionalização e o reconhecimento de seus efeitos pelos beneficiários das ações formativas.
     Também a escola é um espaço de formação docente, mesmo que tradicionalmente ela assim não seja considerada, principalmente pelo senso comum da maioria dos professores. Desta forma, também a escola pode evoluir de um espaço para um lugar formativo e também para um território.
     Segundo Cunha (2008) no contexto da formação de professores a definição de espaço, lugar e território está relacionada com o meio e os envolvidos neste processo. Assim, o espaço pode transformar-se em lugar e os lugares podem configurar-se em territórios.
     Desta forma, para reafirmar a identificação destes dois espaços formativos citamos novamente Cunha (2008) que diz que podem ser mapeados com facilidade o "terreno acadêmico e o terreno de trabalho".
     Neste sentido, fica aqui um questionamento: quais são os possíveis espaços formativos na universidade em um curso de licenciatura? Quais são os possíveis espaços formativos na escola? 

CUNHA, M.I. Os conceitos de espaço, lugar e território nos processos analíticos da formação dos docentes universitários. Revista Educação Unisinos, v.12, n.3, p.182-186, 2008.

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