A partir da leitura do texto "Os novos, velhos ou esquecidos espaços de formação docente" da professora Franciele e de todos os textos que sucederam e enriqueceram este espaço de estudo e de formação venho tentar contribuir com a temática.
Através do trecho colocado no texto da professora Franciele “O campo de estudo da formação docente já reconheceu há aproximadamente uma década o fato de que os espaços formativos ultrapassam as barreiras dos cursos de licenciatura de nível normal ou superior e vão muito além de programas de capacitação e aperfeiçoamento”, surgiu a seguinte inquietação: será que os cursos de pós-graduação, tanto a nível de mestrado como de doutorado, contribuem para a nossa formação docente?
Os cursos de pós-graduação são focados em grupos de pesquisas e estudos (muito mais em pesquisas) e em algumas disciplinas (de 24 a 36 ou 48 créditos). Estes grupos voltados à pesquisa e estas disciplinas extremamente específicas nos auxiliam na nossa formação para sermos professores?
No texto da professora Andressa ela cita que “a pesquisa é importante para a reflexão crítica sobre a prática, as particularidades e necessidades especiais que nossos alunos apresentam enquanto aprendizes e sujeitos sociais”... "Os enfoques das pesquisas versam sobre investigar o que acontece dentro da sala de aula, o trabalho do professor em sala de aula, e a partir daí entender como se constrói a profissão docente. Estas pesquisas levam em conta os aconhecimentos que o professor desprende na sua prática pedagógica, provocando uma ruptura com o que vinha sendo produzido até então sobre a profissão docente”. Concordo com estas palavras, e também partilho da opinião de que a pesquisa é muito importante para nossa atuação profissional e principalmente para adquirimos mais conhecimento, mas será que em cursos de pós-graduação específicos para área da saúde estas pesquisas contribuem tanto assim para nossa atuação docente?
Através deste texto quero reforçar a idéia de que os cursos de pós-graduação (principalmente os da área da saúde) têm sim que incentivarem a pesquisa, pois a pesquisa nos tráz muitos conhecimentos para melhorarmos nossa atuação profissional, mas não podem esquecer que se estamos cursando estes programas é porque queremos ser professores em primeiro lugar. Neste sentido, além das disciplinas de docência orientada/supervisionada que de acordo com Guarnieri (2005, p.5): “[...] é no exercício da profissão que se consolida o processo de tornar-se professor, ou seja, o aprendizado da profissão a partir de seu exercício possibilita configurar como vai sendo constituído o processo de aprender a ensinar”, e dos grupos de estudos e pesquisas que colaboraram significativamente nos processos formativos dos acadêmicos e dos professores em exercício que neles se inserem, quais outros espaços formativos que os cursos de pós-graduação nos oferecem?, tendo em vista que não são todos os professores orientadores que coordenam grupos de estudos e pesquisas.
Portanto, não quero desmerecer os cursos de pós-graduação, mas o que quero destacar nesta reflexão é que precisamos nós como professores e pesquisadores repensarmos este belo espaço de formação, pois ele poderia contribuir muito mais para nossa atuação profissional de professor.
Em cima disso gostaria de parabenizar o GEPEF por esta iniciativa, pois este é um belo espaço de formação!
Referência:
GUARNIERI, M. R. O início na carreira docente: pistas para o estudo do trabalho do professor. In: GUARNIERI, Maria Regina (Org.). Aprendendo a ensinar: o caminho nada suave da docência. 2. ed. Campinas: Autores Associados, p.5-24, 2005.
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