Oficina de Produção de Textos: A AVENTURA DE LER E ESCREVER - TEXTO Nº 16
A RIO +20, MENOS 20 ANOS DE AVANÇOS
Ana Paula Facco Mazzocato¹
Pablo da Costa
Ribeiro²
Findou essa semana no Rio de
Janeiro a conferência Rio +20 que deveria ser a exitosa continuação da
conferência Rio 92, ou Eco 92.
Assustou, contudo, a falta de compromissos
objetivos concretos assumidos pelas nações no deslinde dessa reunião.
A Rio +20 não foi capaz de
chamar a atenção dos principais mandatários do mundo para uma realidade
devastadora: a de que a Terra está sendo consumida pela fogueira das vaidades
do consumismo e caminha a passos largos para o caos climático.
Sabe-se, de antemão, que em
um mundo onde vivem 7 bilhões de habitantes, com recursos escassos de água
potável e alimentos, o tratamento de questões referentes à poluição de rios,
mares, solo e atmosfera é vital para sobrevivência da humanidade nos anos
vindouros. Mas quem dará o primeiro passo para refrear as emissões de CO2 na
atmosfera? EUA, China, Alemanha? Barack Obama e Angela Merkel nem mesmo
compareceram à Rio +20. Os EUA nunca se comprometeram com qualquer redução de
emissões, sendo o país industrializado que mais polui no mundo, configurando a principal
ausência do protocolo de Quioto.
Mas, enquanto se desenvolvia
a Rio +20, muitas dessas nações estavam reunidas no México para criar um fundo
para salvar os bancos europeus da bancarrota, em um empréstimo de 456 bilhões
de dólares. Na Rio +20, uma proposta de criação de um fundo de 30 bilhões para
financiar programas de preservação ambiental no mundo, não foi aceito. Quais
são, portanto, as prioridades mundiais da atualidade? A ganância e o consumo ou
a preocupação com o ambiente que deixaremos para as futuras gerações, para nossos
filhos e netos?
Muito pode ser feito ao
redor do mundo pelos governantes desde os chefes de nações poderosas aos
prefeitos de cidades pequenas. Nesse sentido, iniciativas não precisam
necessariamente de investimentos pesados, mas da vontade de cada um em exercer
um papel ativo na preservação ambiental. Em um país onde 88% da Mata Atlântica se
perdeu, pelo menos 20% da Amazônia está devastada e onde 64% do Pampa foi
extinto, há muito por fazer para que mais não seja perdido.
Para tanto, as autoridades
públicas necessitarão colocar o meio ambiente como prioridade com vistas a
ganharmos 20 anos e não perdermos 20 anos de avanços. E essa prioridade se faz
também com ações singelas como, por exemplo, inaugurar com força, no ensino
fundamental e médio, a prática da Educação Ambiental para criar uma consciência
ecológica verdadeira na cabeça daqueles que, efetivamente, podem salvar o
planeta.
Referências:
Tavares,
Flávio. ‘Blá-blá-blá +20’, Jornal Zero Hora, Edição de 24 de junho de 2012,
pág. 13.
Martins,
Montserrat. ‘Ban Ki-moon tinha razão’, Jornal Zero Hora, Edição de 24 de junho
de 2012, pág. 14.
Wenzel,
José Alberto. ‘Divã Verde’, Jornal Zero Hora, Edição de 24 de junho de 2012,
pág. 14.
¹
Ana Paula Facco Mazzocato, bacharel em Direito, Licenciada em Educação Física/UFSM,
Especialista em Educação Ambiental/ UFSM, Especializanda em Educação Física
Escolar PPGCMH/UFSM e Mestranda em Educação PPGE/UFSM.
²
Pablo da Costa Ribeiro, bacharel em Direito, Especialista em Educação Ambiental
pela UFSM.
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