domingo, 24 de junho de 2012

Oficina de Produção de Textos: A AVENTURA DE LER E ESCREVER - TEXTO Nº 16



A RIO +20, MENOS 20 ANOS DE AVANÇOS


Ana Paula Facco Mazzocato¹
Pablo da Costa Ribeiro²


Findou essa semana no Rio de Janeiro a conferência Rio +20 que deveria ser a exitosa continuação da conferência Rio 92, ou Eco 92.
Assustou, contudo, a falta de compromissos objetivos concretos assumidos pelas nações no deslinde dessa reunião.
A Rio +20 não foi capaz de chamar a atenção dos principais mandatários do mundo para uma realidade devastadora: a de que a Terra está sendo consumida pela fogueira das vaidades do consumismo e caminha a passos largos para o caos climático.
Sabe-se, de antemão, que em um mundo onde vivem 7 bilhões de habitantes, com recursos escassos de água potável e alimentos, o tratamento de questões referentes à poluição de rios, mares, solo e atmosfera é vital para sobrevivência da humanidade nos anos vindouros. Mas quem dará o primeiro passo para refrear as emissões de CO2 na atmosfera? EUA, China, Alemanha? Barack Obama e Angela Merkel nem mesmo compareceram à Rio +20. Os EUA nunca se comprometeram com qualquer redução de emissões, sendo o país industrializado que mais polui no mundo, configurando a principal ausência do protocolo de Quioto.
Mas, enquanto se desenvolvia a Rio +20, muitas dessas nações estavam reunidas no México para criar um fundo para salvar os bancos europeus da bancarrota, em um empréstimo de 456 bilhões de dólares. Na Rio +20, uma proposta de criação de um fundo de 30 bilhões para financiar programas de preservação ambiental no mundo, não foi aceito. Quais são, portanto, as prioridades mundiais da atualidade? A ganância e o consumo ou a preocupação com o ambiente que deixaremos para as futuras gerações, para nossos filhos e netos?
Muito pode ser feito ao redor do mundo pelos governantes desde os chefes de nações poderosas aos prefeitos de cidades pequenas. Nesse sentido, iniciativas não precisam necessariamente de investimentos pesados, mas da vontade de cada um em exercer um papel ativo na preservação ambiental. Em um país onde 88% da Mata Atlântica se perdeu, pelo menos 20% da Amazônia está devastada e onde 64% do Pampa foi extinto, há muito por fazer para que mais não seja perdido.
Para tanto, as autoridades públicas necessitarão colocar o meio ambiente como prioridade com vistas a ganharmos 20 anos e não perdermos 20 anos de avanços. E essa prioridade se faz também com ações singelas como, por exemplo, inaugurar com força, no ensino fundamental e médio, a prática da Educação Ambiental para criar uma consciência ecológica verdadeira na cabeça daqueles que, efetivamente, podem salvar o planeta.

Referências:
Tavares, Flávio. ‘Blá-blá-blá +20’, Jornal Zero Hora, Edição de 24 de junho de 2012, pág. 13.
Martins, Montserrat. ‘Ban Ki-moon tinha razão’, Jornal Zero Hora, Edição de 24 de junho de 2012, pág. 14.
Wenzel, José Alberto. ‘Divã Verde’, Jornal Zero Hora, Edição de 24 de junho de 2012, pág. 14.

¹ Ana Paula Facco Mazzocato, bacharel em Direito, Licenciada em Educação Física/UFSM, Especialista em Educação Ambiental/ UFSM, Especializanda em Educação Física Escolar PPGCMH/UFSM e Mestranda em Educação PPGE/UFSM.
² Pablo da Costa Ribeiro, bacharel em Direito, Especialista em Educação Ambiental pela UFSM.

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