terça-feira, 1 de novembro de 2011

II CICLO DE ESTUDOS – Temática: Formação Continuada – Patric

Primeiramente, gostaria de parabenizar os colegas do GEPEF pelas postagens, que demonstram o quanto ainda temos que discutir e nos aprofundar nestes temas que gostamos de estudar/pesquisar. Peço desculpas pela demora da postagem, pois estou envolvido em várias atividades que estão tomando-me um pouco de tempo, mas sempre estou acompanhando o blog e, desta forma, venho trazer minha colaboração e inquietações sobre a temática.

Como afirma a professora Ana Paula Mazzocato, este espaço formativo está se tornando um elemento de grande importância para nosso Desenvolvimento Profissional Docente (DPD) que, como coloca a professora Franciele, pode ser considerado desde a formação inicial (na medida em que o acadêmico exerce a docência), onde em minha opinião, mesmo formados, acredito que muitos de nós ainda nos encaixamos neste tipo de formação, já que nos encontramos em programas que trabalham com esta perspectiva e principalmente por optarmos em seguir estudando em pós-graduações sem ter um contato maior com a realidade escolar efetivamente, bem como, para os professores do grupo que estão ativos na escola, pois é uma maneira de contribuir, na medida em que estão engajados com a proposta, como uma formação continuada.

Aproveitando a deixa do professor Leonardo, vou tentar sistematizar minha escrita, colocando o meu posicionamento sobre algumas colocações postadas anteriormente pelos colegas, onde achei pertinente serem abordadas neste momento.

Gostaria de destacar que a formação continuada tem um relevante papel para o nosso DPD, mas somente esta ação não garante um DPD de qualidade, assim retomo o que a professora mediadora desta temática (Ana Paula Cristino) coloca no seu texto inicial, bem como, Imbernón (2006) aponta em seu texto que outros fatores também possuem um papel decisivo para que esse desenvolvimento tenha êxito (salário, estruturas, níveis de decisão, níveis de participação, carreira, clima de trabalho, legislação trabalhista e etc.), e retorno a esse ponto, para refletirmos um pouco sobre esta questão, pois há vários condicionantes que interferem indiretamente ou diretamente a busca por uma melhora na qualidade da nossa profissão.

Sendo assim, podemos compreender que há um percurso de preocupações que acompanham o próprio desenvolvimento profissional do professor e que muitas vezes poderia ser também contemplado na programação e planificação das ações de formação continuada, mas claro que sem perder a essência do processo de formação continuada, a qual acredito que reside no seu caráter crítico-pedagógico que deve atingir os professores, instigando-os, através da própria atuação em seus locais de trabalho, o processo de transformação da sua prática. E assim buscando professores que no coletivo e individualmente refletem sobre sua prática e compreendem que estamos em formação diariamente e que em cada momento estamos aprendendo, principalmente nas trocas com colegas ou com alunos.

Porém, fico me perguntando: como organizar este espaço de formação continuada, de maneira que seja algo que realmente tenha um significado, que realmente traga contribuições? Pois ao ler a colocação da professora Carla sobre as reuniões pedagógicas que buscam serem espaços para esta formação, relembro uma conversa que tive com uma prima minha, que é professora de uma escola municipal, onde ela me relatou que as reuniões pedagógicas da sua escola eram um “saco” e que ela não via uma contribuição “daquilo” para sua aula. E aí fiquei me perguntando se realmente esta ação estava sendo um espaço de formação continuada, já que ela e seus colegas não estavam interessados e nem queriam estar ali, ou era apenas mais uma obrigação para os professores?

Outro questionamento que também gostaria de mencionar aqui é o ponto levantado pela professora Greice sobre a união/parceria da universidade com a escola. Este aspecto sempre me deixou curioso, e com muitas inquietações, onde gostaria de compartilhar com o grupo. Pois os acadêmicos possuem estágios (no curso da educação física do CEFD/UFSM, por exemplo, temos consciência que são três estágios, os quais possibilitam que os acadêmicos tenham um contato com a realidade escolar), desta forma, consequentemente esses acadêmicos tem um contato com os professores titulares das turmas na escola, e entende-se que este professor tem um papel de “mentor” deste futuro professor (ao menos deveria ter) e é aí que vem toda a questão: Será que este professor/mentor compreende que este momento de interação com estes acadêmicos também pode ser considerado um momento de formação continuada? Será que há algum legado deixado por este acadêmico que possa contribuir com o DPD deste professor?

Muitos questionamentos ainda terão para ser discutidos sobre esta temática, pois a discussão não se finda aqui, e com certeza muitas dúvidas ainda virão no decorrer de nossa trajetória formativa.

REFERÊNCIA

IMBERNÓN, F. Formação docente e profissional. Formar-se para a mudança e a incerteza. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2006. p.119.

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