segunda-feira, 31 de outubro de 2011

II CICLO DE ESTUDOS - Temática: Formação Continuada - Ana Paula Facco Mazzocato

            Peço sinceras desculpas por ainda não ter contribuído com a temática em questão, tão pouco ter participado na “temática: Espaços Formativos” neste II Ciclo de Estudos por questões particulares as quais já esclarecidas com o Prof. Hugo.
            Inicialmente agradeço ao Prof. Dr. Hugo Norberto Krug pela oportunidade e confiança que têm depositado em todos nós do GEPEF, e principalmente no meu caso, como meu orientador no TCC e provavelmente na Especialização em Educação Física Escolar, e se Deus quiser no Mestrado.
            Com a tarefa de atender alguns anseios “principalmente os meus”, teço algumas palavras na tentativa de corroborar com os integrantes do GEPEF e com a temática elencada pela mediadora Ana Paula da Rosa Cristino “Formação Continuada”.
Neste sentido, vislumbro o Blog como espaço formativo de grande relevância, com muitas trocas de saberes, espaço colaborativo, reflexivo...
Assim, refletindo sobre as questões colocadas pelo Professor Leonardo “como percebemos o fenômeno educativo na Educação Física? Quais são as dimensões desse fenômeno que devem ser priorizadas na escola?” Considero que os movimentos sociais têm intrínseca relação com os projetos educacionais, precisamos entender que a escola não é um espaço aleatório. Isso implica em dizer, que esta instituição possui uma função específica dentro da sociedade em está inserida. Para Freitas (2005, p.73), “a função social da escola se cumpre na medida da garantia do acesso aos bens culturais, fundamentais para o exercício da cidadania plena no mundo contemporâneo”. E para estar preparado para garantir uma formação satisfatória ao educando, diante da sociedade da qual participa, o professor necessita atualizar-se em seus estudos, ou seja, revisitar as teorias da sua formação, como alicerce a balizar a sua prática pedagógica.    Também entendo que no âmbito da Educação Física focando as investigações atuais sobre formação de professores, encontra-se como questão-chave a necessidade do professor desempenhar uma atividade profissional ao mesmo tempo teórica quanto prática, visto que: A profissão de professor combina sistematicamente elementos teóricos com situações reais práticas. É difícil pensar na possibilidade de educar fora de uma situação palpável e de uma realidade definida. Por essa razão, a ênfase na prática como atividade formativa é um dos aspectos fundamental a ser considerado, com conseqüências decisivas para a formação profissional (LIBANEO, s/d, p.230).
Outro questionamento colocado foi do Professor Cassiano quando refere “Por que o próprio professor da escola, que muitas vezes é especialista em um determinado assunto, não pode realizar a formação continuada de seus colegas (observando que a maioria das escolas acabam por contratar pessoas para realizar esta formação continuada)?” Também faço o mesmo questionamento, mas trago como reflexão Ponte (2003) onde aponta a colaboração como uma estratégia essencial para suportar os percalços, ao invés de serem enfrentados individualmente. Para ele, essa estratégia constitui um elemento importante para muitos projetos envolvendo professores, uma vez que investigar e socializar a própria prática, de modo colaborativo, constitui um processo fundamental de construção do conhecimento. O autor refere, ainda, que professores interagindo juntos, em grupos colaborativos, podem ajudar a ver o professor de uma nova maneira, como alguém que pensa e age com intencionalidade, com conhecimento próprio e com capacidade para decidir e agir de acordo com as necessidades da sua situação concreta.
Para Cristino (2007, p.36) “o desenvolvimento profissional através de cursos de formação é o mais tradicionalmente utilizado pelo professorado embora estes dificilmente apliquem os conhecimentos produzidos nos cursos. Além disso, para aprendizagem ser significativa e não somente memorística, há necessidade de existir diversas condições na elaboração do programa”.
            Conforme Alarcão (1998), a formação continuada deve proporcionar o desenvolvimento da dimensão profissional na complexidade.
            Compartilho com a Professora Greice quando finaliza sua reflexão acreditando na união/colaboração entre Universidades e Escolas como facilitadores nesse processo de Formação Continuada, e finalizo com Krug (2004, p.7) “o professor aprende a ensinar e ensina porque aprende, intervindo para mediar e não para impor nem substituir a compreensão dos alunos e, ao realizar reflexões a respeito das intervenções, exerce e desenvolve sua própria compreensão”.

Referências

ALARCÃO, I. Formação continuada como instrumento de profissionalização docente. In: VEIGA, I.P. (Org.). Caminhos da profissionalização do magistério. 3. ed. São Paulo: Papirus, p.99–122, 1998.
CRISTINO, A. P. da R. Um olhar crítico-reflexivo sobre a formação continuada de professores de Educação Física da rede municipal de ensino de Santa Maria (RS), 2007. 162 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2007, p.34-36.
FREITAS, L. C. de. Mudanças e inovações na educação. 2. ed. São Paulo: EDICON, 2005.
KRUG, H. N. Rede de auto-formação participada como forma de desenvolvimento do profissional de Educação Física, 2004. 220 f. Tese (Doutorado em Ciência do Movimento Humano) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2004.
LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5 ed. São Paulo: Alternativa, s.d.
PONTE, J. P.; OLIVEIRA, H. & VARANDAS, J. M. O contributo das tecnologias de informação e comunicação para o desenvolvimento do conhecimento e da identidade profissional. In: FIORENTINI, D. (Org.). Formação de professores de Matemática: explorando novos caminhos com outros olhares. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2003.

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