Olá pessoal!!!
Antes de participar de forma singela do debate, venho cumprimentá-los pelo sucesso que é o GEPEF. Gostaria também de salientar que o blog está sendo um ótimo espaço formativo para nós da área da Educação Física.
Na tentativa de contribuir com esse ciclo de estudos, sigo o debate remetendo-me a escola como um espaço formativo, pois acredito que essa instituição pode sim proporcionar aos professores de Educação Física um amadurecimento profissional, pois permite a vivência da realidade escolar.
Começo minha exposição baseada na fala de Lima (1994), onde o autor explica que na condição de seres humanos, estamos sempre na busca do melhor, do aprimoramento, do conhecimento. Esse conhecimento, que é buscado nas instituições escolares - e posteriormente nas universidades -, tem por função a disseminação do saber.
Esses saberes docentes são proporcionados, adquiridos e construídos ao longo de nossa vida (MONTALVÃO; MIZUKAMI, 2002), começando antes mesmo da formação inicial, sendo levado para toda a formação continuada. Isso nos faz ter um melhor entendimento sobre o que buscamos e queremos como professores.
O professor que leciona na escola, seja ele de Educação Física ou não, passa pelas etapas de formação inicial e continua buscando o aprimoramento para atuar de forma mais efetiva na área educacional. Será? Pelo menos era de se esperar dos colegas licenciados.
No entanto, sabemos que nem sempre é possível afirmar que os professores de Educação Física são e seguem preparados para desenvolver a atividade profissional. Mas qual seria o motivo de tal “despreparação”?
Uma das explicações pode ser a precariedade de alguns cursos de Educação Física, como citado por renomados pesquisadores (MOLINA NETO, 1997; KRUG, 1996). Os autores citados explicam que os cursos de licenciatura em Educação Física têm uma formação inicial deficiente e, que essa, se encontra desarticulada da realidade social concreta.
Quem, em algum momento não se deparou com uma situação completamente fora das teorias vistas e revistas em sala/pátio da escola. E onde buscamos a resposta para tal situação? Como respondemos a uma contradição?
Sem muita autoridade para falar de educação, mas com base na minha escolha em atuar como professora, falo sobre as oportunidades que tive na escola, ao atuar na rede estadual e municipal de ensino de Florianópolis/SC, em participar de espaços formativos.
Ao me deparar com a realidade, percebi que apesar das deficiências, a escola proporciona aos professores muitos espaços formativos. Entre eles posso colocar as palestras realizadas pelo diretor e sua equipe, as capacitações que eram realizadas pelas secretárias de educação (tanto municipal, quanto estadual), além de citar que a sala dos professores, mesmo que de maneira informal, no meu ponto de vista, era um ótimo momento para trocar informações com os colegas, aprendendo e porque não, ensinando.
Relato também que muitas foram às vezes que recorri a livros e artigos para elaborar aulas que chamasse a atenção dos meus alunos. Todo esse processo certamente contribui com a minha formação profissional, fazendo-me sentir como uma professora “de verdade”. Não que antes eu não fosse, mas ainda não havia tido a oportunidade de refletir sobre a minha atuação nesse ambiente.
Essa formação que tive ao atuar como professora na escola me remete as palavras de García (1992), onde ele coloca que esse processo deve ser um “continuum”, e não se deve pretender que a formação inicial ofereça produtos acabados, encarando-a antes como uma fase de um longo e diferenciado processo de desenvolvimento profissional. Com base nisso, espera-se que a formação continuada seja alvo dos nossos profissionais de Educação Física e que seja também um foco das redes (municipais, estaduais, federais e particulares) de ensino.
Baseada nas palavras de Carreiro da Costa (1994), onde este relata que a formação profissional (inicial e continuada) é uma tarefa complexa que requer uma formação sólida para que o professor consiga definir “o que ensinar”, “porque ensinar”, “para quem ensinar” e “como ensinar”, encero enfatizando a importância de uma boa formação profissional para que seja oferecido aos alunos, um professor de Educação Física Escolar capaz de auxiliar no seu processo educativo.
Referências:
LIMA, J. R. P. Caracterização acadêmica e profissional da Educação Física. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, v.8, n.2, p.54-67, 1994.
MONTALVÃO, E. C.; MIZUKAMI, M. da G. N. Conhecimentos de futuras professoras das séries iniciais do ensino fundamental: analisando situações concretas de ensino e aprendizagem. In: MIZUKAMI, M. da G.N.; REALI, A. M. de M. R. (Orgs.). Formação de professores, práticas pedagógicas e escola. São Carlos: EdUFCar, 2002. p.101-126.
CARREIRO DA COSTA, F.A.A. Formação de professores: objetivos, conteúdos e estratégias. Revista de Educação Física, Maringá: UEM, v.5, n.1, p.26-39, 1994.
GARCIA, C. M. A formação de professores: novas perspectivas baseadas na investigação sobre o pensamento do professor. In: NÓVOA, A. (Coord.). Os professores e sua formação. Lisboa (Portugal): Publicações Dom Quixote, 1992. p. 51-76.
KRUG, H. N. A competência pedagógica do professor de Educação Física. In: CANFIELD, M. de S. (Org.). Isto é Educação Física! Santa Maria: JtC Editor, 1996. p.81-94.
MOLINA NETO, V. A formação profissional em Educação Física e Esportes. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 19, n. 1, p. 34-41, 1997.
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